A peça teatral é uma adaptação de Delson Antunes, do romance homônimo escrito por Lina Meruane, uma dos maiores escritoras do Chile contemporâneo. Na história, a personagem principal, Lina, é uma escritora chilena radicada em Nova York, que está prestes a se mudar, indo viver com Ignácio, seu namorado espanhol, que se tornará seu grande parceiro em suas desventuras pela vida.
Lina leva consigo, desde jovem, uma doença misteriosa. São veias frágeis, que brotam em suas retinas, que se esticam e se enroscam em seus olhos e podem estourar com qualquer movimento. Uma doença desconhecida pela ciência, sem indicativos de caminhos para a cura.
Sangue no olho é uma história muito envolvente. Lina enfrenta seu destino com muita força e com uma determinação descomunal. Enquanto aguarda diagnósticos que possam desvendar a progressão da doença e as possibilidades de tratamento, a personagem refaz a sua trajetória de vida, voltando paro o Chile, para rever sua família.
Sangue no olho é uma lição de vida, uma mulher que jamais se dá por vencida e enfrenta todos os percalços que se interpõem em seu caminho, em sua busca ávida por soluções para seus problemas. Ao mesmo tempo, a obra investiga as relações humanas, a dependência do outro, as manipulações, e os jogos de poder que sustentam as relações amorosas, profissionais, familiares e fraternais.
Aliando cenas de muita tensão, conflitos e expectativas com outras, recheadas de humor e afeto, Sangue no Olho é uma inspiração vigorosa para enfrentarmos os tempos sombrios que vivemos.
TEATRO ONLINE
O Teatro online é uma nova forma de fazer teatro que emergiu no período de pandemia, com teatros fechados e restrições para eventos com risco de propagação do vírus.
Vários artistas e coletivos teatrais vêm se reinventando a partir da utilização de plataformas online para atrair uma proximidade com o público, mesmo que virtualmente, oferecendo à plateia a arte da interpretação ao vivo para o conforto e segurança de sua casa.
Uma grande oportunidade desse tipo de espetáculo é fato de ele poder ser assistido e apreciado por diferentes públicos, de diversas cidades, inclusive de outros países, aproximando plateias, que não poderiam estar no mesmo local, e criando uma grande comunidade virtual.
No caso do espetáculo Sangue no Olho, a plataforma virtual possibilitou a união de artistas de diferentes cidades: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Évoea (PT), que se uniram para criar um espetáculo inédito, adaptado da obra da autora chilena Lina Meruane, grande expoente da literatura latinoamericana.
Conheça o livro que inspirou esse projeto e sua autora
O LIVRO
Sangue no Olho é um romance da escritora chilena Lina Meruane, publicado pela primeira vez em 2012. O enredo da obra, que compartilha vários elementos autobiográficos da vida da autora, segue a história de Lucina, escritora que assina suas obras com o nome de Lina Meruane e que sofre uma hemorragia interna nos olhos que lhe causa perda quase total da visão, e que posteriormente tenta realizar uma operação que lhe permita recuperar a visão. A obra conquistou o prestigioso Prêmio Sor Juana Inés la Cruz em sua edição 2012.
O livro faz parte de uma espécie de trilogia de romances em que Meruane explora o tema da doença, e que inclui também os romances Fruta Podre (2007) e Sistema Nervoso (2018).
A HISTÓRIA
Lina é uma escritora que mora com o namorado em Nova York e, devido a uma doença congênita, corre o risco de hemorragia interna no olho que pode deixá-la cega. Apesar de seus constantes cuidados, um dia quando ele vai a uma festa uma das suas veias oculares estouram e seu globo ocular se enche de sangue. Antes de se submeter a uma operação para tentar remediar sua cegueira, o médico lhe diz que eles precisam observar como evolui o coágulo em seu olho, então ele decide viajar a Santiago do Chile para passar esse tempo com sua família. Seus pais insistem que ela visite um médico chileno, mas Lina se recusa terminantemente.
De volta a Nova York, seu médico a examina e, não encontrando melhora, decide operá-la. No entanto, um segundo sangramento evapora as chances de cura da cegueira. A última esperança de Lina de recuperar a visão cai nas mãos de seu namorado, que um dia antes Lina exigiu que ele estivesse pronto para fazer o maior sacrifício como prova de amor por ela.
Trecho extraído de: https://es.wikipedia.org/wiki/Sangre_en_el_ojo
A AUTORA
Meruane publicou dois romances antes de partir para Nova York para fazer seu doutorado em literatura hispano-americana na New York University. Nos Estados Unidos, ele obteve uma bolsa Guggenheim em 2004 (para o romance “Fruta Podre”) e em 2010 outra do National Endowment for the Arts (para “Sangue no Olho”).
Em 2011 recebeu o Prêmio Anna Seghers, pelo conjunto da obra, e no ano seguinte, por “Sangue no Olho”, o XX Prêmio Sor Juana Inés de la Cruz, que, como é tradição, foi concedido durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara. O júri foi composto pelos escritores Yolanda Arroyo Pizarro, Antonio Ortuño e Cristina Rivera Garza. Em 2017 saiu para escrever em Berlim por um ano com o Programa de Artistas Residentes do DAAD, Alemanha.
Ela dá aulas de literatura e culturas latino-americanas, bem como redação criativa na New York University.
Trecho extraído de https://es.wikipedia.org/wiki/Lina_Meruane
Lina Meruane Boza (Santiago do Chile, 1970) é escritora e professora chilena. Sua obra, escrita em espanhol, foi traduzida para o inglês, italiano, português, alemão e francês. Nascida em Santiago, ela é descendente de palestinos e italianos; sobrinha da atriz Nelly Meruane e do humorista Ricardo Meruane.
Lina Meruane começou na escrita como contista e jornalista cultural. Em 1997 recebeu uma bolsa de redação do Fundo Nacional para o Desenvolvimento Cultural e as Artes do Chile (FONDART) para terminar seu primeiro livro de contos. No ano seguinte, publicou “Las infantas”, livro que recebeu críticas muito positivas em seu país como bem como do escritor Roberto Bolaño:
“Há uma geração de escritores (chilenos) que prometem. Na cabeça, claramente, dois se destacam. Estas são Lina Meruane e Alejandra Costamagna, seguidas por Nona Fernández e cinco ou seis outras jovens munidas de todos os instrumentos da boa literatura. "
Roberto Bolaño, fevereiro de 1999.